Perfil do Líbano – Linha do tempo

Uma cronologia de eventos chave:

1516-1918 – Líbano parte do Império Otomano.

1920 Setembro – A Liga das Nações concede o mandato para o Líbano e Síria à França, que cria o Estado do Grande Líbano a partir das províncias do Monte Líbano, norte do Líbano, sul do Líbano e Bekaa.

1926 Maio – O Conselho de Representantes libanês aprova uma constituição e a República Libanesa unificada sob o mandato francês é declarada.

1943 Março – As fundações do Estado são estabelecidas em um Pacto Nacional não escrito que usa o censo de 1932 para distribuir assentos no parlamento em uma proporção de seis para cinco a favor dos cristãos. Isto é mais tarde estendido a outros cargos públicos. O presidente deve ser um cristão maronita, o primeiro-ministro um muçulmano sunita e o presidente da Câmara dos Deputados um muçulmano xiita.

Independência

1944 – A França aceita transferir o poder para o governo libanês em 1 de janeiro.

1958 – Diante da crescente oposição que se desenvolve em uma guerra civil, o presidente Camille Chamoune pede aos EUA que enviem tropas para preservar a independência do Líbano. Os EUA enviam fuzileiros navais.

1967 Junho – O Líbano não desempenha um papel activo na guerra árabe-israelita, mas deve ser afectado pelas suas consequências quando os palestinianos usam o Líbano como base para ataques contra Israel.

Guerra Civil

1975 Abril – Atiradores falangistas emboscaram um autocarro no distrito de Ayn-al-Rummanah em Beirute, matando 27 dos seus principais passageiros palestinianos. Os falangistas afirmam que os guerrilheiros tinham anteriormente atacado uma igreja no mesmo distrito. Estes confrontos iniciam a guerra civil.

1976 Junho – Tropas sírias entram no Líbano para restaurar a paz mas também para refrear os palestinianos, milhares dos quais são mortos num cerco ao campo de Tel al-Zaatar pelas milícias cristãs aliadas a sírios em Beirute. Os Estados árabes aprovam a presença síria como força de dissuasão árabe em outubro.

1978 – Em represália a um ataque palestiniano, Israel lança uma grande invasão do sul do Líbano. Retira-se de toda a faixa de fronteira, à excepção de uma estreita, que entrega, não à Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), mas ao seu representante, o Exército do Sul do Líbano, principalmente as milícias cristãs.

Israel invade

1982 Junho – Após a tentativa de assassinato do embaixador israelense na Grã-Bretanha por um grupo palestino, Israel lança uma invasão em grande escala do Líbano.

1982 Setembro – O presidente pró-israelita eleito, Bachir Gemayel, é assassinado. Israel ocupa Beirute Ocidental, onde a milícia falangista mata milhares de palestinianos nos campos de Sabra e Shatila. O irmão mais velho de Bachir, Amine, é eleito presidente. Sobretudo as forças de manutenção da paz americana, francesa e italiana chegam a Beirute.

1983 – O ataque suicida à embaixada dos EUA mata 63 pessoas em Abril, e outro em Outubro no quartel-general das forças de manutenção da paz mata 241 tropas americanas e 58 francesas. As tropas dos EUA retiram-se em 1984.

1985 – A maioria das tropas israelitas retira-se para além da “zona de segurança” do SLA no sul.

Dois governos, um país

1988 – A Presidente cessante Amine Gemayel nomeia um governo militar interino sob o Comandante-Chefe Maronita Michel Aoun em Beirute Oriental quando as eleições presidenciais não produzem um sucessor. O primeiro-ministro Selim el-Hoss forma uma administração principalmente muçulmana rival em Beirute Ocidental.

1989 – O Parlamento reúne-se em Taif, na Arábia Saudita, para aprovar uma Carta de Reconciliação Nacional, transferindo grande parte da autoridade do presidente para o gabinete e aumentando o número de deputados muçulmanos.

Guerra civil termina

1990 Outubro – A força aérea síria ataca o Palácio Presidencial em Baabda e Aoun foge. Isto termina formalmente a guerra civil.

1991 – A Assembleia Nacional ordena a dissolução de todas as milícias, excepto do poderoso grupo xiita Hezbollah. O Exército do Sul do Líbano (SLA) recusa-se a dissolver-se. O Exército Libanês derrota a OLP e assume o porto sul de Sidon.

1992 – Depois das eleições em Agosto e Setembro, as primeiras desde 1972, o rico empresário Rafik Hariri torna-se primeiro-ministro.

1996 Abril – “Operação Uvas da Ira”, na qual os israelitas bombardeiam as bases do Hezbollah no sul do Líbano, no sul de Beirute e no vale de Bekaa. Base da ONU em Qana é atingida, matando mais de 100 civis deslocados. O Grupo de Monitoramento Israel-Líbano, com membros dos EUA, França, Israel, Líbano e Síria, foi criado para monitorar as tréguas.

Retirada israelense

2000 Maio – Após o colapso do ELS e o rápido avanço das forças do Hezbollah, Israel retira suas tropas do sul do Líbano mais de seis semanas antes do prazo de julho.

2004 – Resolução do Conselho de Segurança da ONU visando a Síria exige que tropas estrangeiras deixem o Líbano. A Síria dispensa a mudança. O Parlamento prorroga o mandato do Presidente Emile Lahoud por três anos. Semanas de impasse político com a inesperada partida de Rafik Hariri – que a princípio se opôs à prorrogação – como primeiro-ministro.

Hariri assassinado

2005 Fevereiro – Rafik Hariri é morto por um carro-bomba em Beirute. O ataque provoca comícios anti-sírios e a renúncia do gabinete do primeiro-ministro Omar Karami. Apelos à Síria para que retire as suas tropas até à partida das suas forças em Abril. Assassinatos de figuras anti-sírias tornam-se uma característica da vida política.

2005 Junho – Aliança anti-síria liderada por Saad Hariri ganha o controle do parlamento nas eleições. Hariri aliado de Fouad Siniora torna-se primeiro-ministro.

2005 Setembro – Quatro generais pró-Sírios são acusados do assassinato de Rafik Hariri.

Hezbollah e Hariri

2006 Julho-Agosto – Israel ataca depois do Hezbollah raptar dois soldados israelitas. As baixas civis são altas e os danos à infra-estrutura civil são amplos em 34 dias de guerra. A força de manutenção da paz das Nações Unidas se desdobra ao longo da fronteira sul, seguida pelas tropas do exército libanês pela primeira vez em décadas.

2006 Novembro – Ministros do Hezbollah e do movimento Amal renunciam pouco antes do gabinete aprovar o esboço de planos da ONU para um tribunal para julgar suspeitos da morte do ex-primeiro-ministro Hariri.

2007 Maio-Setembro – Cerco do campo de refugiados palestinos Nahr al-Bared após confrontos entre militantes islâmicos e os militares. Mais de 300 pessoas morrem e 40.000 residentes fogem antes que o exército ganhe o controle do campo.

2007 Maio – O Conselho de Segurança da ONU vota a criação de um tribunal para julgar suspeitos do assassinato do ex-primeiro-ministro Hariri.

Detente Sírio

2008 Maio – Parlamento elege o chefe do exército Michel Suleiman como presidente, acabando com um impasse político de seis meses. O general Suleiman volta a nomear Fouad Siniora como primeiro-ministro do governo de unidade nacional.

2008 Outubro – O Líbano estabelece relações diplomáticas com a Síria pela primeira vez desde que ambos os países conquistaram a independência em 1940.

2009 Março-Abril – Abertura da corte internacional para julgar os suspeitos de assassinos do ex-Primeiro Ministro Hariri em Haia. O ex oficial de inteligência sírio Mohammed Zuhair al-Siddiq preso em conexão com o assassinato, e quatro generais libaneses pró-sírios mantidos desde 2005 libertados após as regras da corte não há evidência suficiente para condená-los.

Unity government

2009 Junho – A aliança pró-Ocidental do 14 de Março ganha eleições parlamentares e Saad Hariri forma um governo de unidade.

Outubro de 2010 – O líder do Hezbollah Hassan Nasrallah chama o Líbano para boicotar o tribunal Hariri da ONU, dizendo que ele está “em liga com Israel”.

2011 Janeiro – O governo colapsa depois que o Hezbollah e os ministros aliados se demitem.

2011 junho – Najib Mikati forma gabinete dominado pelo Hezbollah. O Tribunal Especial da ONU para o Líbano emite quatro mandados de prisão sobre o assassinato de Rafik Hariri. Os acusados são membros do Hezbollah, que diz que não permitirá sua prisão.

2012 Verão – O conflito sírio que começou em março de 2011 derrama no Líbano em confrontos mortais entre muçulmanos sunitas e alawites em Trípoli e Beirute.

2012 Outubro – O chefe de segurança Wissam al-Hassan é morto em atentado com carro-bomba. Oposição culpa Síria.

2012 Dezembro – Vários dias de luta mortal entre partidários e opositores do presidente sírio em Trípoli.

UN elogia as famílias libanesas por terem acolhido mais de um terço dos 160.000 refugiados sírios que invadiram o país.

Tensões na fronteira

2013 Março – Aviões de guerra e helicópteros sírios disparam foguetes para o norte do Líbano, dias depois de Damasco avisar Beirute para parar os militantes que atravessam a fronteira para combater as forças do governo sírio.

Najib Mikati renunciou ao governo em meio a tensões nas próximas eleições.

2013 Abril – O político muçulmano sunita Tammam Salam está encarregado de formar um novo governo.

2013 Maio – Pelo menos 10 pessoas morrem em mais confrontos sectários em Trípoli entre apoiantes e opositores do regime sírio.

O líder do Hezbollah Hassan Nasrallah promete a vitória na Síria.

Votos do Parlamento para adiar as eleições previstas para Junho até Novembro de 2014 devido a preocupações de segurança sobre o conflito na Síria.

2013 Junho – Um número de pessoas são mortas em confrontos entre pistoleiros do Hezbollah e rebeldes sírios no Líbano.

Pelo menos 17 soldados libaneses são mortos em confrontos com militantes sunitas na cidade portuária de Sidon.

2013 Julho – A União Europeia lista a ala militar do Hezbollah como uma organização terrorista. Isto torna ilegal para os simpatizantes do Hezbollah na Europa enviar dinheiro ao grupo, e permite o congelamento dos bens do grupo lá.

2013 Agosto – Dezenas de pessoas são mortas em ataques a bomba em duas mesquitas em Trípoli. Os ataques gêmeos, que estão ligados às tensões sobre o conflito sírio, são os mais mortais no Líbano desde o fim da guerra civil em 1990.

Crise dos refugiados

2013 Setembro – A agência de refugiados das Nações Unidas diz que há pelo menos 700.000 refugiados sírios no Líbano.

2013 Novembro – Duplo atentado bombista suicida fora da embaixada iraniana em Beirute mata pelo menos 22 pessoas. É um dos piores ataques na xiita do sul de Beirute desde que o conflito na Síria começou.

2013 Dezembro – O líder do Hezbollah Hassan Nasrallah diz que os serviços secretos sauditas estavam por detrás dos bombardeamentos fora da embaixada iraniana em Beirute.

O comandante sênior do Hezbollah Hassan Lakkis é morto a tiro perto de Beirute. O Hezbollah acusa Israel de o assassinar. Israel nega qualquer envolvimento.

Former ministro libanês e figura da oposição Mohamad Chatah – um muçulmano sunita que também foi um crítico ferrenho do presidente sírio Bashar al-Assad – é morto por um carro-bomba no centro de Beirute.

2014 Fevereiro – O político muçulmano sunita Tammam Salam finalmente reúne um novo gabinete de partilha de poder após 10 meses de conversações.

2014 Abril – A ONU anuncia que o número de refugiados sírios registados no Líbano ultrapassou um milhão. O influxo acelerado significa que uma em cada quatro pessoas que vivem no Líbano é agora refugiado do conflito sírio.

2014 Maio – O Presidente Suleiman termina o seu mandato, deixando um vácuo de poder. Várias tentativas são feitas no parlamento nos meses seguintes para escolher um sucessor.

2014 Agosto – Os rebeldes sírios invadiram a cidade fronteiriça de Arsal. Eles se retiram depois de serem desafiados pelos militares, mas levam 30 soldados e policiais em cativeiro.

2014 Setembro – O Primeiro Ministro Salam apela aos líderes mundiais na ONU para ajudar o Líbano a enfrentar uma “investida terrorista” e o dilúvio de refugiados da Síria.

2014 Outubro – Confrontos em Trípoli entre o exército e pistoleiros islâmicos, num surto de violência do conflito sírio.

2014 Novembro – O Parlamento estende o seu mandato até 2017, citando preocupações de segurança relacionadas com a Síria.

2015 Janeiro – Israel lança ataques aéreos ao lado sírio do Golan, matando combatentes do Hezbollah e um general iraniano. Vários confrontos acontecem através da fronteira israelo-libanesa.

2015 Janeiro – Novas restrições à entrada de sírios no Líbano entram em vigor, atrasando ainda mais o fluxo de pessoas que tentam escapar à guerra.

2016 Junho – Os bombardeamentos suicidas na Al-Qaa, alegadamente por cidadãos sírios, agravam as relações já tensas entre libaneses e mais de 1 milhão de refugiados sírios no país.

2017 Junho – Nova lei eleitoral aprovada pelo Parlamento após muito atraso.

Protestos em massa

2020 Janeiro – Protestos em massa contra a estagnação econômica e corrupção derrubam o governo de Saad Hariri, que é sucedido pelo acadêmico Hassan Diab.

20 Agosto – O governo Diab desiste após meses de protestos sobre quedas no valor da moeda e o impacto do bloqueio Covid-19 culmina em tumultos após uma explosão química maciça no porto de Beirute.

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